quinta-feira, 22 de abril de 2010

Série: Homenagem > Lady Laura

Missa de 7º dia de Lady Laura

pode acontecer na igreja da Candelária

De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, a equipe do cantor Roberto Carlos estuda a possibilidade de fazer a missa de sétimo dia de sua mãe, Lady Laura, na grande igreja da Candelária, no Rio de Janeiro.

O "Rei" gostaria que a cerimônia fosse realizada na igreja Nossa Senhora do Brasil, na Urca, frequentada por ele e Lady Laura, mas o local não comportaria a quantidade de interessados em participar da cerimônia: mais de 200 pessoas, além de uma centena de jornalistas, que gostariam de prestar a última homenagem a Laura Braga.

Lady Laura morreu no sábado (17), aos 96 anos, vítima de uma infecção respiratória. Roberto Carlos realizava, nos Estados Unidos, um show no exato momento da morte da mãe. A plateia foi avisada e o músico retornou de jatinho ao Brasil no domingo (18).

No final dos anos 70, Roberto Carlos em parceria com o amigo Erasmo Carlos compõs a canção Lady Laura, em homenagem à mãe.


PESQUISA


Imagem: http://ofuxico.terra.com.br/materia/noticia/2010/04/17/morre-lady-laura-mae-de-roberto-carlos-142513.htm


Texto: http://diversao.terra.com.br/gente/noticias/0,,OI4392616-EI13419,00-Missa+de+dia+de+Lady+Laura+pode+acontecer+na+igreja+da+Candelaria.html






quarta-feira, 21 de abril de 2010

Série: Homenagem > Tiradentes - 21 de Abril



TIRADENTES

Livro: Crônicas Além Túmulo - 29

Irmão X & Francisco Cândido Xavier

Dos infelizes protagonistas da Inconfidência Mineira, no dia 21 de abril de todos os anos, aqueles que podem excursionar pela Terra volvem às ruínas de Ouro Preto, a fim' de se reunirem entre as velhas paredes da casa humilde do sítio da Cachoeira, trazendo a sua homenagem de amor à personalidade do Tiradentes.

Nessas assembléias espirituais, que os encarnados poderiam considerar como reuniões de sombras, os preitos de amor são mais expressivos e mais sinceros, livres de todos os enganos da História e das hipocrisias convencionais.

Ainda agora, compareci a essa festividade de corações, integrando a caravana de alguns brasileiros desencarnados, que para lá se dirigiu associando-se às comemorações do proto mártir da emancipação do País. Nunca tive muito contato com as coisas de Minas Gerais, mas a antiga Vila Rica, atualmente elevada à condição de Monumento Nacional, pelas suas relíquias prestigiosas, sempre me impressionou pela sua beleza sugestiva e legendária. Nas suas ruas tortuosas, percebe-se a mesma fisionomia do Brasil dos Vice-Reis. Uma coroa de lendas suaves paira sobre. as suas ladeiras e sobre os seus edifícios seculares, embriagando o espírito do forasteiro com melodias longínquas e perfumes distantes. Na terra empedrada, ainda existem sinais de passos dos antigos conquistadores do ouro dos seus rios e das suas minas e, nas suas igrejas, ainda se ouvem soluços de escravos, misturados com gritos de sonhos mortos, do seu valoroso heroísmo. A velha Vila Rica, com a névoa fria dos seus horizontes, parece viver agora com as suas saudades de cada dia e com as suas recordações de cada noite.

Sem me alongar nos lances descritivos, acerca dos seus tesouros do passado, objeto da observação de jornalistas e escritores de todos os tempos, devo dizer que, na noite de hoje, a casa antiga dos Inconfidentes tem estado cheia das sombras dos mortos. Aí fui encontrar, não segundo o corpo, mas segundo o espírito, as personalidades de Domingos Vidal Barbosa, Freire de Andrada, Mariano Leal, José Joaquim da Maia, Cláudio Manuel, Inácio Alvarenga, Dorotéia de Seixas, Beatriz Francisca Brandão, Toledo Pisa, Luís de Vasconcelos e muitos outros nomes, que participaram dos acontecimentos relativos à malograda conspiração. Mas, de todas as figuras veneráveis ao alcance dos meus olhos, a que me sugeria as grandes afirmações da pátria era, sem dúvida, a do antigo alferes Joaquim José da Silva Xavier, pela sua nobre e serena beleza. Do seu olhar claro e doce, irradiava-se toda uma onda de estranhas revelações, e não foi sem timidez que me acerquei da sua personalidade, provocando a sua palavra.

Falando-lhe a respeito do movimento de emancipação política, do qual havia sido o herói extraordinário, declinei minha qualidade de seu ex-compatriota, filho do Maranhão, que também combatera, no passado, contra o domínio dos estrangeiros.

- "Meu amigo - declarou com bondade -, antes de tudo, devo afirmar que não fui um herói e sim um Espírito em prova, servindo simultaneamente à causa da liberdade da minha terra. Quanto à Inconfidência de Minas, não foi propriamente um movimento nativista, apesar de ter aí ficado como roteiro luminoso para a independência da pátria.. Hoje, posso perceber que o nosso movimento era um projeto por demais elevado para as forças com que podia contar o Brasil daquela época, reconhecendo como o idealismo eliminou em nosso espírito todas as noções da realidade prática; mas, estávamos embriagados pelas idéias generosas que nos chegavam da Europa, através da educação universitária. E, sobretudo, o exemplo dos Estados Americanos do Norte, que afirmaram os princípios imortais do direito do homem, muito antes do verbo inflamado de Mirabeau, era uma luz incendiando a nossa imaginação. O Congresso de Filadélfia, que reconheceu todas as doutrinas democráticas, em 1776, afigurou-se-nos uma garantia da concretização dos nossos sonhos. Por intermédio de José Joaquim da Maia procuramos sondar o pensamento de Jefferson, em Paris, a nosso respeito; mas, infelizmente, não percebíamos que a luta, como ainda hoje se verifica no mundo, era de princípios. O fenômeno que se operava no terreno político e social era o desprezo do absolutismo e da tradição, para que o racionalismo dirigisse a Vida dos homens. Fomos os títeres de alguns portugueses liberais, que, na colônia, desejavam adaptar-se ao novo período histórico do Planeta, aproveitando-se dos nossos primeiros surtos de nacionalismo. Não possuíamos um índice forte de brasilidade que nos assegurasse a vitória, e a verdade só me foi intuitivamente revelada quando as autoridades do Rio mandaram prender-me na rua dos Latoeiros."

- E nada tendes a dizer sobre a defecção de alguns dos vossos companheiros? - perguntei.

- "Hoje, de modo algum desejaria avivar minhas amargas lembranças. . . Aliás, não foi apenas Silvério quem nos denunciou perante o Visconde de Barbacena; muitos outros fizeram o mesmo, chegando um deles a se disfarçar como um fantasma, dentro das noites de Vila Rica, avisando quanto à resolução do governo da província, antes que ela fosse tomada publicamente, com o fim de salvaguardar as posições sociais de amigos do Visconde, que haviam simpatizado com a nossa causa. Graças a Deus, todavia, até hoje, sinto-me ditoso por ter subido sozinho os vinte degraus do patíbulo." - E sobre esses fatos dolorosos, não tendes alguma impressão nova a nos transmitir?

E os lábios do Herói da Inconfidência, como se receassem dizer toda a verdade, murmuraram estas frases soltas:

- "Sim. . . a Sala do Oratório e o vozerio dos companheiros desesperados com a sentença de morte... a Praça da Lampadosa, minha veneração pelo Crucifixo do Redentor e o remorso do carrasco. . . a procissão da Irmandade da Misericórdia, os cavaleiros, até o derradeiro impulso da corda fatal, arrastando-me para o abismo da Morte..."

E concluiu:

- "Não tenho coisa alguma a acrescentar às descrições históricas, senão minha profunda repugnância pela hipocrisia das convenções sociais de todos os tempos.".

- É verdade - acrescentei -, reza a História que, no instante da vossa morte, um religioso, falou. sobre o tema do Eclesiastes - "Não atraiçoes o teu rei, nem mesmo por pensamentos."

E terminando a minha observação com uma pergunta, arrisquei:

- Quanto ao Brasil atual, qual a vossa opinião a respeito?

- "Apenas a de que ainda não foi atingido o alvo dos nossos sonhos. A nação ainda não foi realizada para criar-se uma linha histórica, mantenedora da sua perfeita independência. Todavia, a vitalidade de um povo reside na organização da sua economia e a economia do Brasil está muito longe de ser realizada. A ausência de um interesse comum, em "favor do País, dá causa não mais à derrama dos impostos, mas ao derrame das ambições, onde todos querem mandar, sem saberem dirigir a si próprios."

Antes que se fizesse silêncio entre nós, tornei ainda:

- Com relação aos ossos dos inconfidentes, vindos agora da África para o antigo teatro da luta, hoje transformado em Panteão Nacional, são de fato autênticos esqueletos dos apóstolos da liberdade? .

- "Nesse particular - respondeu Tiradentes com uma ponta de ironia -; não devo manifestar os meus pensamentos. Os ossos encontrados tanto podem ser de Gonzaga, como podem pertencer, igualmente, ao mais miserável dos negros de Angola. O orgulho humano e as vaidades patrióticas têm também os seus limites... Aliás, o que se faz necessário é a compreensão dos sentimentos que nos moveram a personalidade, impelindo-nos para o sacrifício e para a morte. ..”

Mas, não pôde terminar. Arrebatado num aluvião de abraços amigos e carinhosos, retirou se o grande patriota que o Brasil hoje festeja, glorificando o seu heroísmo e a sua doce humildade.

Aos meus ouvidos emocionados ecoavam as notas derradeiras da música evocativa e dos fragmentos de orações que rodeavam o monumento do Herói, afigurando-se-me que Vila Rica ressurgira, com os seus coches dourados e os seus fidalgos, num dos dias gloriosos do Triunfo Eucarístico; mas, aos poucos, suas luzes se amorteceram no silêncio da noite, e a velha cidade dos conspiradores entrou a dormir, no tapete glorioso de suas recordações, o sono tranqüilo -dos seus sonhos mortos.

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Recebido via Multiply do amigo Giberto Adamatti


Outras mensagens em http://www.mensagemdeluz.kit.net



Série: Homenagem > Dia de Monteiro Lobato e Dia Nacional do Livro Infantil - 18 de abril


Seja bem-vindo!!!

Estamos entrando no Sítio do Picapau Amarelo.
O "verdadeiro" sítio.
Por que verdadeiro?

Só nós estamos no fundo de um grotão, cercados de montanhas, apontando seus picos para o céu...
Também só nós temos no fundo do casarão um riacho de águas limpas e transparentes, onde nadam peixinhos de olhos arregalados...
Só nós, temos um pomar com mangueiras e jabuticabeiras centenárias rodeadas por laranjeiras, cabeludinhas, pitangueiras e muito mais...

Temos um casarão digno do “neto” do Visconde com 19 cômodos e mais de 60 portas e janelas. Tudo original.
Tudo igualzinho Monteiro Lobato deixou.
Muitas pessoas que nos visitam, se emocionam por estar no lugar de criação deste grande brasileiro.

Comemoramos aqui, os três primeiros livros editados de Monteiro Lobato.

"Urupês" – uma coletânea de contos.

"O Saci" – o duende nacional.

"O Jeca Tatu" – O livro que norteia o nosso trabalho. Instigamos todos os que nos visitam a ler o Jeca Tatu. Este livro alerta o Brasil para fazer uma reviravolta e mudar para melhor, "MUITO MELHOR"....

Aqui também ele deu o ponta pé inicial para sua obra infantil, quando escreve para Godofredo Rangel e diz que esta pensando em escrever para crianças. Quer escrever livros tão bons "que as crianças possam morar dentro deles".

Além de passar férias no tempo de estudante recebeu a fazenda de 3.000 alqueires em 1911 e mudou-se para cá, com a esposa e dois filhos. Aqui nasceram mais dois filhos.
Morou por sete anos.

Quando vendeu o sítio, comprou a Editora Monteiro Lobato, a primeira do país.
Além da história temos um quintal bem diversificado com galinha, garnisé, pato, ganso, marreco, peru, vaca, cavalo, porco, cachorro, gato e muitos filhotes e muitos passarinhos...

Temos lago para pesca, cachoeira para banho, campo de futebol, piscina natural, etc.
Para brilhar os olhos temos um atelier de artesanato e uma pequena loja de doces e biscoitos artesanais e orgânicos.
Principalmente você vai ser bem recebido, pois a partir da visita vai fazer parte do nosso grupo.

Fim de Jeca Tatu:

"Não queremos mais ser enganados..."




PESQUISA

Texto e Imagem I

http://sabordaterratorteriaecafe.blogspot.com/2009/08/parada-obrigatoria.html

Imagem II - Google Imagens


Série: Homenagem > 19 de abril > Dia do Índio


DIA DO ÍNDIO
Oswaldo Castellari

Prosei a velha choupana
Onde um cachimbo e um violão
Fizeram chorar d'alma.
Da cirança também prosei
Minhas bandeiras enalteci
Exaltar a natureza fiquei
No falar de meu coração.

Agora quero prosar
Do valor de nosso irmão
O índio. No seu lutar
Fez do Brasil seu viver
Em sua alma pureza ter
Tem no aprender o saber
A natureza leva em seu coração.

Galhardia d'um grande povo
Sempre espezinhado pelo desmando
Dos brancos, com pretenso poder, todos.
A usurparem com prazer
Tendo a força de um poder
Desvairados donos pensam ser
Fica este desvario porcalho... Até quando?

Teus ancestrais te virão
Trazer a forças para lutares
Nessa contenda então
Teu gritar, desejos a invocar
Terá do governo teu falar
Por teus direitos a pedir estar
A porcalha se fundirá nos pantanais!

Pantanal de suas almas
Por se acharem senhores
O índio por justiça clama
Os céus sua voz ouvirá
Da terra sempre terá
No explodir da primavera
Cobri-te-á de amor e flores

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Série: Psicologia > Livro Vermelho de Carl Gustav Jung


O misterioso "Livro Vermelho", do suíço Carl Jung (1875-1961), considerado uma das obras inéditas mais importantes da história da psicologia e conhecido apenas por alguns poucos amigos do psicólogo, foi exibido nesta quarta-feira (07/10/2009) pela primeira vez em Nova York.

O livro escrito entre 1914 e 1930, considerado a principal fonte da obra de Jung, ficará em exibição até 25 de janeiro no Museu Rubin de Nova York, no bairro Chelsea, e especializado em artes do Himalaia.

O "Livro Vermelho", como era chamado pelo autor, consiste em uma viagem exploratória pelo inconsciente e nunca havia sido divulgado ao público fora do círculo de amigos a Jung.

No formato ofício com uma capa de couro vermelha, a obra, que tem como verdadeiro título 'Liber Novus' (Livro Novo), tem 205 páginas escritas a mão por Jung e várias ilustrações que lembram os manuscritos com iluminuras medievais.

A exibição do livro coincide com a publicação em edição fac-símile bilíngue com tradução para o inglês pela editora W.W.Norton & Company.

Depois da morte de Jung, em 1961, o volume permaneceu em mãos de seus familiares, que se negaram a autorizar sua publicação e, inclusive, permitir o acesso a estudiosos, antes de finalmente concordar com sua divulgação.

Todos os psicólogos do mundo conheciam a existência desta obra do discípulo - e logo maior rival - de Sigmund Freud, mas apenas algumas pessoas tinha conseguido ter acesso a seu conteúdo até esta quarta-feira.

O livro é produto de um método introspectivo desenvolvido por Jung e conhecido como "imaginação ativa". Em suas páginas, o autor reproduz o resultado dessa exploração interior mediante palavras e ilustrações.

Muitos dos desenhos pintados por Jung são figuras mitológicas e mandalas, ou seja, diagramas simbólicos circulares utilizados pelo hinduismo e budismo.

A partir da experiência do "Livro Vermelho", que, depois da morte de Jung passou boa parte fechado num cofre forte de um banco suíço, o psicólogo desenvolveu sua teoria dos arquétipos e do inconsciente coletivo.

Na exposição, o visitante é convidado a contemplar como Jung buscou traduzir seus sonhos e fantasias em símbolos e formas gráficas contemporâneas, incluindo os diagramas circulares tibetanos.

"A mostra lança uma luz nova sobre a gênese da obra de Jung e a construção da psicologia moderna, e abre portas para compreender como as mandalas e as estruturas similares são interpretadas através das distintas culturas", explicou Martin Brauen, curador do museu.

Junto ao livro de quase 90 anos, a exposição apresenta uma série de desenhos a óleo e pastel, assim como esboços relacionados com a obra e outros documentos originais de Jung.

Entre os manuscritos exibidos em Nova York figuram, além disso, os "Livros Negros", que contêm ideias e fantasias que levaram à criação do "Livro Vermelho" do psicólogo nascido em 1875.

Folha Online

PESQUISA
http://www.correiodopovo-al.com.br/v2/article/Entretenimento/7425/



quinta-feira, 15 de abril de 2010

Série: Emoções > A árvore generosa


A árvore generosa
Do original de Shel Silverstein

Adaptado por Fernando Sabino


Era uma vez uma Árvore que amava um menino.


E todos os dias, o menino vinha
e juntava suas folhas.
E com elas fazia coroas de rei.
E com a Árvore, brincava de rei da floresta.

Subia em seu grosso tronco, balançava-se em seus galhos!


Comia seus frutos.
E quando ficava cansado,
o menino repousava à sua sombra fresquinha.


O menino amava a Árvore profundamente.
E a Árvore era feliz!


Mas o tempo passou e o menino cresceu!
Um dia, o menino veio e a Árvore disse:
"Menino, venha subir no meu tronco, balançar-se nos meus galhos, repousar à minha sombra
e ser feliz!"

"Estou grande demais para pra brincar",
o menino respondeu. "Quero comprar muitas coisas.
Você tem algum dinheiro que possa me oferecer?"

"Sinto muito", disse a Árvore,
"eu não tenho dinheiro. Mas leve os frutos, Menino.
Vá vendê-los na cidade, então terá o dinheiro e você será feliz!"


E assim o menino subiu pelo tronco,
colheu os frutos e levou-os embora.
E a Árvore ficou feliz!



Mas o menino sumiu por muito tempo...
E a Árvore ficou tristonha outra vez.

Um dia, o menino veio e a Árvore estremeceu tamanha a sua alegria, e disse: "Venha, Menino, venha subir no meu tronco, balançar-se nos meus galhos e ser feliz."

"Estou muito ocupado pra subir em Árvores", disse o menino. "Eu quero uma esposa, eu quero ter filhos, pra isso é preciso que eu tenha uma casa. Você tem uma casa pra me oferecer?"

"Eu não tenho casa", a Árvore disse. "Mas corte meus galhos, faça a sua casa e seja feliz."



O menino depressa cortou os galhos da Árvore e levou-os embora pra fazer uma casa.
E a Árvore ficou feliz!




O menino ficou longe por um longo, longo tempo,
e no dia que voltou, a Árvore ficou alegre, de uma alegria tamanha que mal podia falar.
"Venha, venha, meu Menino", sussurrou,
"venha brincar!"

"Estou velho para brincar", disse o menino,
"e estou também muito triste."
"Eu quero um barco ligeiro
que me leve pra bem longe.
Você tem algum barquinho que possa me oferecer?"

"Corte meu tronco e faça seu barco",
a Árvore disse. "Viaje pra longe e seja feliz!"




O menino cortou o tronco, fez um barco e viajou.

E a Árvore ficou feliz, mas não muito!




Muito tempo depois, o menino voltou.

"Desculpe, Menino", a Árvore disse, "não tenho mais nada pra te oferecer. Os frutos já se foram."

"Meus dentes são fracos demais pra frutos",
falou o menino.

"Já se foram os galhos para você balançar",
a Árvore disse.

"Já não tenho idade pra me balançar",
falou o menino.

"Não tenho mais tronco pra você subir",
a Árvore disse.

"Estou muito cansado e já não sei subir",
falou o menino.

"Eu bem que gostaria de ter qualquer coisa pra lhe oferecer", suspirou a Árvore. "Mas nada me resta e eu sou apenas um toco sem graça. Desculpe ... "



"Já não quero muita coisa", disse o menino,
"só um lugar sossegado onde possa me sentar, pois estou muito cansado."

"Pois bem", respondeu a Árvore, enchendo-se de alegria. "Eu sou apenas um toco, mas um toco é muito útil pra sentar e descansar.
Venha, Menino, depressa,
sente-se em mim e descanse."

Foi o que o menino fez.

E a Árvore ficou feliz!


A amizade é um sentimento que se leva para sempre....


(Cortesia da querida amiga poetisa Ana Maria Peralva Cordeiro, via e-mail)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Série: Emoções > Antero de Quental


IDÍLIO
Antero de Quental

Quando nós vamos ambos, de mãos dadas,
Colher nos vales lírios e boninas,
E galgamos dum fôlego as colinas
Dos rocios da noite inda orvalhadas;

Ou, vendo o mar das ermas cumeadas
Contemplamos as nuvens vespertinas,
Que parecem fantásticas ruínas
Ao longo, no horizonte, amontoadas:

Quantas vezes, de súbito, emudeces!
Não sei que luz no teu olhar flutua;
Sinto tremer-te a mão e empalideces

O vento e o mar murmuram orações,
E a poesia das coisas se insinua
Lenta e amorosa em nossos corações.


domingo, 11 de abril de 2010

Série: Realidades: Tragédia no Rio de Janeiro/2010



Saídas para evitar soterramentos em 2011
Álvaro Rodrigues dos Santos

As águas de março não haviam ainda fechado o verão. Mais uma tragédia geotécnica causa dezenas de mortes, centenas de feridos e conturba radicalmente o cotidiano de milhões de cidadãos.

Dessa vez, a “bola cantada” foi a cidade do Rio de Janeiro e seus municípios vizinhos. A curtíssimo prazo, somente a remoção emergencial de moradores de áreas de alto risco poderá reduzir a possibilidade de mais desgraças. Vamos, no entanto, mirar nossas atenções para 2011. Se o queremos virtuosamente diferente, o trabalho deverá começar já.

Autoridades públicas brasileiras, surpreendam-nos! Tomem, desde já, ousada e corajosamente, as iniciativas que farão com que em 2011 tantos brasileiros não tenham que morrer de forma tão bruta e inútil e que tantas pessoas não tenham que ser indelevelmente traumatizadas pela dor da cruel perda de parentes e amigos.

Acreditem, isso é possível, o meio técnico brasileiro produziu e dispõe dos conhecimentos e instrumentos técnicos para tanto necessários. Parar de errar e corrigir o errado que já foi feito -essa é a única diretriz sensata.

Permitam-me a insolência de lhes propor neste espaço as medidas que reputo como indispensáveis para a bela surpresa, que certamente marcaria época na história da administração pública brasileira.

Devemos admitir definitivamente que as chuvas não são o vilão inexorável da ocorrência dos deslizamentos.

Estatisticamente sempre será possível, e não haverá ineditismo algum nisso, que de tempos em tempos tenhamos períodos chuvosos mais intensos. As cidades é que deverão estar preparadas para competentemente enfrentá-los na defesa da vida e da segurança de suas populações.

Também de forma definitiva temos que entender que o fator causal básico dos deslizamentos está, especialmente nas regiões de relevos mais acidentados, na total incompatibilidade entre a forma de ocupação e as características geológicas e geotécnicas desses terrenos. E isso está a acontecer tanto em empreendimentos habitacionais de baixa renda como em empreendimentos, muitas vezes turísticos, associados a estratos sociais de alta renda.

Enfim, o que se revela claramente aos olhos de todos é a total perda do controle técnico das expansões urbanas por parte das autoridades públicas responsáveis.

Como providência contínua e imediata, deve-se desocupar todas as áreas consideradas geotecnicamente de alto risco, para o que se faz indispensável a produção de cartas de risco, reassentando seus ocupantes em condições dignas e seguras em outras áreas. Se uma administração municipal alega não dispor dessas outras áreas seguras, coragem, é recurso público bem gasto, desapropriem áreas seguras por interesse social.

A começar pelos municípios com conhecido potencial de risco, o poder público precisa elaborar o instrumento indispensável para um eficaz planejamento do crescimento urbano, a carta geotécnica. Esse mapa do município mostrará as áreas que não poderão ser ocupadas de forma alguma e as áreas que poderão ser ocupadas desde que adotados os critérios técnicos adequados para tanto, explicitados na carta, que deverá ter força de lei.

É preciso, ainda, conceber e implantar um firme sistema de monitoramento e fiscalização, com participação ativa das comunidades, para que áreas definidas como impróprias não sejam ocupadas ou reocupadas.

Outra medida relevante é a implementação de programas habitacionais capazes de prover moradias seguras para a população de baixa renda, na mesma faixa orçamentária que hoje ela só encontra em áreas de risco.

Por fim, deve-se convocar a ABGE (Associação Brasileira de Geologia de Engenharia) e a ABMS (Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Fundações) para auxiliar a administração pública na concepção das medidas necessárias e na mobilização da melhor tecnologia brasileira necessária para sua implementação.

ÁLVARO RODRIGUES DOS SANTOS , geólogo, é consultor em geologia de engenharia, geotecnia e Meio Ambiente. Foi diretor de Planejamento e Gestão do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e diretor da Divisão de Geologia. É autor, entre outras obras, de “Geologia de Engenharia: Conceitos, Método e Prática”.

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Saiba como fazer doações para vítimas das chuvas no Rio de Janeiro:

Alimentos não perecíveis, água, colchonetes, agasalhos e material de higiene são as principais necessidades dos mais 14 mil atingidos pelas chuvas que, desde domingo, já provocaram mais de 190 mortes em todo o Estado do Rio de Janeiro.


Veja a relação dos locais de doação:

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2010/04/09/saiba-como-fazer-doacoes-para-vitimas-das-chuvas-no-rio-de-janeiro.jhtm

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Pesquisa:

Texto> http://www.ecodebate.com.br/2010/04/10/saidas-para-evitar-soterramentos-em-2011-artigo-de-alvaro-rodrigues-dos-santos/

Imagem > Vitimas de soterramento no Morro do Bumba, Niterói. Foto de Tasso Marcelo/AE


quinta-feira, 8 de abril de 2010

Série: Filmes > Chico Xavier


CHICO XAVIER

As gravações do filme sobre a vida do médium Chico Xavier foram marcadas por vários casos que, certameente são uma história a parte. As filmagens tiveram uma uma atriz vendo o médium, figurante incorporando um espírito e outros mistérios, como a chuva que parava misteriosamente a cada novo dia de gravação. Nelson Xavier, ator que interpreta o papel principal, conta que sua ligação com Chico foi muito além do sobrenome igual.

- Eu senti a presença dele o tempo todo. Foi o único personagem que eu pedi para fazer e, hoje, acredito em tudo o que ele disse e viveu. Cada vez que penso nele me comovo - disse Nelson, se emocionando novamente.

O ator lembra que, há muitos anos, estava num churrasco quando um rapaz sentou ao seu lado e perguntou se eu ia fazer o papel do espírita.

- Eu disse que não. Aí ele me respondeu que um passarinho havia dito isso para ele e que ele era espírita. Esse foi um dos sinais mais significativos para mim - diz Nelson, que acredita que Chico o escolheu: - Ele me acompanhou durante todo o percurso.

Segundo a atriz Renata Imbriani, que participou das filmagens, Chico realmente estava perto de Nelson. Ela, que é kardecista, conta que viu o espírito do médium durante uma gravação.

- Estava aguardando a minha vez de entrar em cena e o Nelson estava gravando. De repente, vi uma porta entreaberta de onde saiu uma luz muito grande. Era o Chico. Ele apoiou o braço direito do Nelson e ficou todo o tempo energizando ele. O incrível é que, quando ele toca o Nelson ele fica até com a fisionomia igual a do Chico - conta Renata que interpreta uma mulher que perdeu o filho.

Segundo a atriz Rosi Campos, o clima das filmagens foi marcado por uma emoção que parecia estar à flor da pele.

- Todos que estavam no filme queriam muito estar lá. isso criou um clima muito especial nas filmagens. Você se apaixona pela pessoa que ele foi. Foi muito emocionante.

O filme deve ser lançado em 2 de abril de 2010, quando o Chico faria 100 anos.


Emoção no jardim de Chico:

No último dia das gravações, Nelson Xavier teve uma crise de choro. Depois, foi para o jardim, sentou num banco e, talvez sem saber, faz o que Chico costumava fazer ali mesmo: apóia as mãos sobre as pernas e olha para o céu. "Essa cena foi emocionante. Era o jardim dele, as rosas dele".

Até o tempo deu uma forcinha

Em Uberaba fazia um frio horrível e o diretor Daniel Filho disse para ninguém se preocupar porque no dia seguinte faria sol. Não deu outra. Fenômeno parecido aconteceu em São Paulo, quando chovia muito forte em toda a cidade. Só não caiu um pingo no local da filmagem.

Visita inesperada em reunião espírita:

Segundo o diretor, teve uma filmagem de uma reunião espírita, em que, de repente uma senhora recebeu uma entidade. "Paramos a filmagem e esperamos a senhora se recompor".

Pomba branca mostra o caminho:

A atriz Renata Imbriani conta que, antes de sair para gravar começou a rezar pedindo proteção. De repente, uma pomba branca entrou na casa e parou bem na frente dela. "Ela só foi embora quando eu saí. Pensei: estou no caminho certo. O tempo inteiro senti uma energia muito forte e tranquilizadora".

Francisco Cândido Xavier - nasceu em Pedro Leopoldo em 2 de abril de 1910 e morreu em Uberaba em 30 de junho de 2002.

Nascido como Francisco de Paula Cândido e mais conhecido popularmente por Chico Xavier, notabilizou-se como médium e célebre divulgador do Espiritismo no Brasil.

Pesquisa

http://extra.globo.com/lazer/materias/2009/09/27/misterios-durante-as-gravacoes-do-filme-sobre-vida-de-chico-xavier-767800542.asp

http://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Xavier


segunda-feira, 5 de abril de 2010

Série: Poetas Prediletos > Mario Quintana


A CANÇÃO DA VIDA
Mario Quintana

A vida é louca
a vida é uma sarabanda
é um corrupio...
A vida múltipla dá-se as mãos como um bando
de raparigas em flor
e está cantando
em torno a ti:
Como eu sou bela
amor!
Entra em mim, como em uma tela
de Renoir
enquanto é primavera,
enquanto o mundo
não poluir
o azul do ar!
Não vás ficar
não vás ficar
aí...
como um salso chorando
na beira do rio...
(Como a vida é bela! como a vida é louca!)

Esconderijos do Tempo

BIOGRAFIA

Cidade natal: - Alegrete, RS.

Diziam os amigos mais íntimos, que Mario Quintana era o poeta das coisas simples e fazia pouco caso em relação à crítica. Conforme costumava comentar, sua poesia era feita simplesmente por sentir necessidade de escrever.

http://www.paralerepensar.com.br/m_quintana.htm



sexta-feira, 2 de abril de 2010

SÉRIE > TRADIÇÃO > Colheita da Macela


Tradição leva catarinenses a fazerem a colheita da macela na Sexta-feira Santa
Fiéis apanharam a planta antes de o sol nascer

Uma das mais fortes tradições da Quaresma faz muita gente sair da cama no feriado de Sexta-feira Santa antes mesmo de o sol nascer.
A colheita da macela — também chamda de marcela —durante a madrugada virou ritual para quem acredita nas propriedades medicinais da planta e respeita uma das datas mais importantes do calendário cristão.
Em Santa Catarina, diversas pessoas levantaram cedo para cultivar a velha tradição.
Um exemplo é o mecânico Aristides Severo, que acredita no poder da colheita. Ele apanhou ramos de macela por volta da 6h30min em Chapecó, no Oeste do Estado.
— Faço isto desde pequeno. Acho que a macela, na Sexta-feira Santa, recebe a bênção de Deus – diz Aristides, que pretende passar o costume para o seu filho.
Como manda a tradição, a macela deve ser apanhada ainda na madrugada.
Os fiéis acreditam que o orvalho que cai sobre os arbustos na Sexta-feira que antecede a Páscoa faz com que a planta seja abençoada, podendo causar até curas milagrosas.
Seu chá é usado como remédio para problemas gástricos ou respiratórios.
Diario.Com.Br



quinta-feira, 1 de abril de 2010

Série: Significados > Quinta Feira Santa


A Quinta-feira Santa ou Quinta-feira de Endoenças é a quinta-feira imediatamente anterior à Sexta-feira da Paixão, da Semana Santa.

Este dia marca o fim da Quaresma e o inicio do Tríduo pascal na celebração que relembra a ultima ceia de nosso Senhor Jesus Cristo com os doze Apóstolos.

Na Quinta-Feira de Endoenças, Cristo ceou com seus apóstolos, seguindo a tradição judaica do Sêder de Pessach, já que segundo esta deveria cear-se um cordeiro puro; com o seu sangue, deveria ser marcada a porta em sinal de purificação; caso contrário, o anjo exterminador entraria na casa e mataria o primogênito dessa família (décima praga), segundo o relatado no livro do Êxodo.

Imagem

"Última Ceia" por Leonardo da Vinci

no refeitório do Mosteiro da Nossa Senhora da Graça, em Milão, Itália.


Na Última Ceia, Cristo causou grande alvoroço entre os Apóstolos quando declarou: "Um de vós, trair-me-à!".


Foi preciso que se passassem quase mil quinhentos anos para que um génio humano, Leonardo da Vinci, captasse em pintura aquele momento tão chocante e tão dramático!

Da esquerda para a direita:

Primeiro Grupo: Bartolomeu, Tiago e André

Segundo Grupo: Judas (mais escuro e com a saca dos dinheiros na mão direita), Pedro e João


Centro: Jesus Cristo


Terceiro Grupo: Tomé, Tiago (o Jovem) e Filipe


Quarto Grupo: Mateus, Tadeu e Simão